Irmãos e Irmãs, vamos caminhando para o término do ano litúrgico. Sempre se abre mais a perspectiva final. Deus nos aguarda para o banquete escatológico, com o qual já sonhava o profeta Isaías sete séculos antes de Cristo. Exultemos com um festim para todos os povos. Para um povo que conheceu a fome, como o povo eleito, bem como para a maioria do povo de Deus nos dias de hoje, comida e bebida com fartura é uma imagem capaz de evocar o bem-estar pleno e total, embora sempre fique uma imagem… a nossa imaginação não consegue conceber o que Deus prepara para seus amigos, seus filhos. Por isso a leitura exclama: “O Senhor todo-poderoso preparará na montanha santa, para todos os povos, um banquete de vinhos escolhidos e alimentos suculentos” (cf. Is 25,6).
Na primeira leitura (Is 25,6-10a) o profeta Isaías anuncia que Deus, num futuro sem data marcada, vai oferecer “um banquete”; e, para esse “banquete”, Jahwéh vai convidar “todos os povos”. Trata-se, portanto, de uma iniciativa de Deus no sentido de estabelecer laços “de família” com a humanidade inteira. O cenário do “banquete” é “este monte” (vers. 6) – evidentemente, o monte do Templo, em Jerusalém, a “casa de Jahwéh”, o lugar onde Deus reside no meio do seu Povo, o lugar onde Israel presta culto a Jahwéh e celebra os sacrifícios de comunhão.
Meus irmãos em Cristo Senhor, o Evangelho de hoje (cf. Mt 22,1-14) nos leva a refletir sobre o banquete do Senhor. Felizes os convidados para o banquete do Senhor. Jesus retoma na parábola deste domingo à figura do banquete nupcial. A figura é conhecida também nos escritos laicos. Comer à mesa do rei expressava o auge da felicidade. Os profetas fizeram o povo sonhar com o dia em que todos se assentariam à mesa do rei. Jesus compara o Reino de Deus a um banquete nupcial do filho do rei. As núpcias são outro símbolo. Todo o Antigo Testamento fala da Aliança de Deus com a humanidade. Em Cristo essa aliança se torna tão forte e íntima, que é comparada ao matrimônio.
A parábola do Evangelho de hoje faz referência aos finais dos tempos, à escatologia. O povo de Deus são os graus escolhidos no celeiro se viverem em conformidade com a vontade do Senhor. Se não viverem conforme esta salvadora vontade estarão fadados ao fogo do inferno. Jesus faz uma referência escatológica para afirmar que também está se exaurindo o seu tempo entre nós porque “Deus o exaltou e lhe deu um nome que está acima de todo nome” (Cf. Fl 2,9). Jesus é para os homens de todos os tempos e de todas as épocas o modelo perfeito de participante do Reino e dele se tornou cabeça e plenitude.
Irmãos e Irmãs, a segunda leitura (cf. Fl 4,12-14.19-20) contém as frases mais características do agradecimento final da Carta aos Filipenses. Agradecimento a esta Igreja, porque cuidaram tão bem de Paulo embora ele tivesse suportado também a carência, se fosse o caso. Ele não exigiu nada, mas foi muito bom eles terem feito tudo isso por ele, como gratuidade da bondade fraterna. É um agradecimento a Deus por causa destes fiéis tão dedicados e delicados. É um exemplo para se levar para casa, no fim desta missa, porque a grande lição da liturgia do banquete e o traje é alimentando-se com Cristo todos participaremos da vida de Deus no já-ainda não da escatologia que começa aqui e agora com a Igreja peregrina rumo à Igreja Triunfante no Céu.
Sejamos generosos e vamos seguir de Paulo e colaborarmos com a evangelização, partilhando o que temos e recebemos em favor da nova evangelização. O que recebemos de graça de graça generosa devemos dar, amém!