Por Edmilson Carneiro, OFS*
É notório que na época de São Francisco de Assis, os povos da península itálica, conheceram uma tão grande divisão entre ricos e pobres, possivelmente, por consequência da revolução comercial, que deu nascimento ao capitalismo em sua forma mercantil. E o Santo de Assis conheceu esses dois extremos sócias e, nos dias atuais, vivemos numa crise muito parecida à época.
E hoje o Papa Francisco nos coloca uma proposta para economia, ou seja, Projeto do Papa Francisco para a Economia: Economia de Francisco. Isso ocorreu no seu sexto ano de pontífice da Igreja Católica, completos em 2019, trata-se do Congresso Economia de Francisco, inspirado a partir de uma ponte criada com o economista, Joseph Stiglitz, ganhador do prêmio Nobel da Economia e Robert Johnson, presidente do Instituto de Novo Pensamento Econômico.
O Papa Francisco em seu discurso aos participantes do I Encontro Mundial de Movimentos Populares, em Roma, diz:
“Por isso desejo encontrar vocês em Assis: para promover juntos, através de um “pacto” comum, um processo de mudança global que veja na comunhão de intenções não somente aqueles que têm o dom da fé, mas todos os homens de boa vontade, para além das diferenças de credo e de nacionalidade, unidos por um ideal de fraternidade atento sobretudo aos pobres e aos excluídos. Convido cada um de vocês a ser protagonista deste pacto, assumindo um compromisso individual e coletivo para cultivar juntos o sonho de um novo humanismo que responda às expectativas do homem e ao projeto de Deus.” (FRANCISCO, Papa. Discurso do Papa Francisco aos participantes do I Encontro Mundial de Movimentos Populares, em Roma, 28 de Outubro de 2014)
Em um tempo de grandes exclusões sociais, como dizemos hoje, São Francisco de Assis fez questão de se unir, integralmente, a todos os rejeitados da “boa sociedade”, em especial àqueles que a imaginação popular sempre considerou como portadores de uma maldição divina, cuja frequência era, por isso mesmo, não só evitada, mas rigorosamente proibida; os leprosos.
Nesse sentido precisamos que o Brasil tem a possibilidade de reunir forças antigamente divergentes, – pois caminhavam em linhas alternativas -, para uma convergência nova: O projeto de ponte para os povos na reconstrução de uma matriz econômica alternativa ao Brasil, distante do neoliberalismo capitalista.
Finalizo esta reflexão retomando orientação do Representante de Cristo na Terra – Papa Francisco, que possamos assumir um compromisso individual e, ou coletivo na construção da economia sustentável, democrática e fraterna, que rompa com as desigualdades sociais, proporcione a emancipação humana e garanta o direito à terra, ao teto e ao trabalho, construindo mecanismos de geração de renda que fortaleçam a cooperação, a associação e a autogestão. Sempre pautada numa economia com justiça social, que reconheça as diversidades, e que crie redes entre os movimentos sociais a partir dos princípios da economia solidária e agroecológica.
FONTES DE PESQUISA
COMPARATO, Fábio Konder. ÉTICA: DIRIETO, MORAL E RELIGIÃO NO MUNDO MODERNO. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.
VATICAN NEWS. OS 10 PRINCÍPIOS DA ECONOMIA DE FRANCISCO E CLARA. 2021. Disponível em: <https://www.vaticannews.va/pt/igreja/news/2021-10/os-10-principios-da-economia-de-francisco-e-clara.html>. Acesso em 17 de Abril de 2022.
BRASILEIRO, Eduardo. ECONOMIA DE FRANCISCO: O PROJETO DO PAPA FRANCISCO PARA A ECONOMIA. Disponível em: <http://www.cefep.org.br/wp/wp-content/uploads/2019/10/Eduardo-Brasileiro-ECONOMIA-DE-FRANCISCO-RESUMO.pdf> Acesso em 17 de Abril de 2022.
*Por Edmilson Carneiro, OFS – Sargento da Polícia Militar do Maranhão, Professor do Colégio Militar Tiradentes I, Radialista, Esp. Doc. do Ensino Superior, Formação em Filosofia e Ciências Religiosas, Membro da Ordem Franciscana Secular – Maranhão.